As praias de Aracaju amanheceram cobertas de uma vegetação incomum para os turistas e até mesmo para os banhistas nativos desavisados. Foi um deus nos acuda – Justo no final de semana! Um correria desatada de caminhões e maquinas, açodados para minimizar os efeitos das plantas enxeridas nas selfs da rapaziada. Olha que havia o risco iminente de atropelamentos em pessoas e nos cachorros desnorteados pela estranha movimentação. De longe via-se andarilhos driblando propágulos abortados espalhados na areia adornando os mirrados esqueletos das Rhizophoras que dessa forma se tornam apenas imundice.
Mas de onde vem tanto despejo? Seria um absurdo imaginar que a sujeira tem relação direta com a luz que ilumina sua casa?
A vida e suas relações causais. A nossa matriz energética é principalmente hidrelétrica, é a força da agua que faz girar as turbinas transformando essa energia mecânica em energia elétrica, dando régua e compasso para a manutenção do mundo moderno. As barragens (usinas) retém muita agua em seus lagos artificiais exatamente para verter devagar, no limite certo para geração de eletricidade. Ocorre que pode chover na cabeceira dos rios e sobre isso o homem não tem controle então o volume exorbitante de agua, com força voraz não pode ser contido, a agua vara pelos vertedouros aumentando o volume a jusante, extrapolando a competência do rio, antes tão calmo e solene.
Isso aconteceu no Rio São Francisco que a muito tempo reivindica seu leito natural, teimosamente conquistado pelo homem. A cheia lavou a alma do ribeirinho , levou as casas que teimavam em existir em seu caminho e arrastou o mangue que crescia faceiro no estuário salinizado pela cunha salina do atlântico.
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